Classificação dos Médiuns

Médiuns de efeitos físicos
Podem ser divididos em dois grupos: os facultativos, que têm consciência dos fenômenos por eles produzidos e os involuntários, ou naturais, que são inconscientes de suas faculdades, mas são usados pelos espíritos para promoverem manifestações fenomênicas sem que o saibam.

Por serem dotados de faculdade capaz de produzir efeitos materiais ostensivos, esses médiuns contribuíram grandemente pela divulgação das idéias espíritas. Eram muito comuns e, em grande parte, foram responsáveis pelo advento do espiritismo, pois suas manifestações chamavam a atenção das pessoas para a realidade do fenômeno.

Normalmente, seus trabalhos são voltados para o despertamento da incredulidade humana, levando-a a cogitar sobre a existência dos espíritos e as realidades do mundo invisível. Os fenômenos são de ordem material, como movimento de objetos inertes, ruídos, voz direta, curas fenomênicas, transportes, levitação de corpos, interferências em contatos por instrumentos eletrônicos como Transcomunicação Instrumental -TCI e EVP, etc.

Médiuns sensitivos ou impressionáveis
São pessoas suscetíveis de sentirem a presença dos espíritos por uma vaga impressão da qual não podem se dar conta. Essa variedade não tem um caráter bem definido. É a faculdade rudimentar indispensável ao desenvolvimento de todas as outras.

Esta faculdade se desenvolve pelo hábito e pode adquirir tal sutileza, que aquele que a possui reconhece, pela impressão que experimenta, não só a natureza, boa ou má, do espírito que se aproxima, mas até a sua individualidade, como o cego reconhece, por uma razão desconhecida, a aproximação de tal ou tal pessoa. Torna-se, com relação aos espíritos, verdadeiro sensitivo. Um bom espírito produz sempre uma impressão suave e agradável, a de um mau espírito, ao contrário, é penosa, angustiosa, desagradável.

Médiuns audientes
Ouvem a voz dos Espíritos. O fenômeno manifesta-se algumas vezes como uma voz interior, que se faz ouvir no foro íntimo. Outras vezes, dá-se como uma voz exterior, clara e distinta, semelhante a de uma pessoa viva. Os médiuns audientes podem, assim, estabelecer conversação com os Espíritos. Quando têm o hábito de se comunicar com determinados espíritos, eles os reconhecem imediatamente pela natureza da voz.

Esta faculdade é muito agradável, quando o médium só ouve espíritos bons, ou unicamente aqueles por quem chama. É perturbadora quando um espírito malfazejo o assedia com freqüência, fazendo-lhe ouvir a cada instante as coisas mais desagradáveis e não raro as mais inconvenientes. Neste caso já se instalou a obsessão, mas que, com cuidados necessários, é possível ser evitada ou repelida.

Médiuns falantes ou de psicofonia
O médium falante geralmente se exprime sem ter consciência do que diz e muitas vezes diz coisas completamente estranhas às suas idéias habituais, aos seus conhecimentos e, até, fora do alcance de sua inteligência. Embora se ache perfeitamente acordado e em estado normal, raramente guarda lembrança do que diz. Nele, a palavra é um instrumento de que se serve o Espírito, com o qual uma terceira pessoa pode comunicar-se, como pode com o auxilio de um médium audiente.

Nem sempre, porém, é tão completa a passividade do médium falante. Alguns têm a intuição do que dizem, no momento mesmo em que pronunciam as palavras.

Médiuns videntes
Os médiuns videntes são dotados da faculdade de ver os Espíritos. Alguns possuem essa faculdade em estado normal, quando perfeitamente acordados, e conservam lembrança precisa do que viram. Outros só a possuem em estado sonambúlico, ou próximo do sonambulismo. É muito raro a faculdade da vidência se mostrar permanente. Quase sempre é efeito de uma crise passageira. Na categoria dos médiuns videntes podem ser incluídas todas as pessoas dotadas de dupla vista.

O médium vidente julga ver com os olhos, como os que são dotados de dupla vista. Mas, na realidade, é a alma quem vê e por isso é que eles tanto vêem com os olhos fechados, como com os olhos abertos.

É necessário saber separar a vidência propriamente dita das aparições acidentais e espontâneas. A vidência consiste na possibilidade mais ou menos freqüente de ver os espíritos, embora varie de intensidade. As aparições acidentais de espíritos são comuns na hora do desencarne de entes queridos que se encontram distantes e aparecem para algum membro da família. Nessas visões, o espírito comunicante vem reafirmar seus laços afetivos ou fazer algum pedido geralmente de interesse familiar. Isso é muito mais comum do que se imagina.

Entre os médiuns videntes, há alguns que só vêem os Espíritos evocados e cuja descrição podem fazer com exatidão minuciosa. Descrevem-lhes, com as menores particularidades, os gestos, a expressão da fisionomia, os traços do semblante, as vestes e, até, os sentimentos de que parecem animados. Outros há em quem a faculdade da vidência é ainda mais ampla: vêem toda a população espírita ambiente, a se mover em todos os sentidos, cuidando, poder-se-ia dizer, de seus afazeres.

No entanto, essa faculdade varia de médium para médium e uma mesma visão pode ser captada de forma diferente por outro.

Médiuns sonâmbulos
Pode considerar-se o sonambulismo uma variedade da faculdade mediúnica, ou, melhor, são duas ordens de fenômenos que freqüentemente se acham reunidos. O sonâmbulo age sob a influência do seu próprio espírito. É sua alma que, nos momentos de emancipação, vê, ouve e percebe, fora dos limites dos sentidos. O que ele externa tira-o de si mesmo. Suas idéias são, em geral, mais justas do que no estado normal, seus conhecimentos mais dilatados, porque tem livre a alma. Numa palavra, ele vive antecipadamente a vida dos espíritos. O médium, ao contrário, é instrumento de uma inteligência estranha. É passivo e o que diz não vem de si.
Em resumo, o sonâmbulo exprime o seu próprio pensamento, enquanto que o médium exprime o de outrem. Mas, o Espírito que se comunica com um médium comum também o pode fazer com um sonâmbulo. Dá-se mesmo que, muitas vezes, o estado de emancipação da alma facilita essa comunicação.
Muitos sonâmbulos vêem perfeitamente os Espíritos e os descrevem com tanta precisão, como os médiuns videntes. Podem confabular com eles e transmitir-nos seus pensamentos. O que dizem, fora do âmbito de seus conhecimentos pessoais é com freqüência sugerido por outros Espíritos.

Médiuns curadores
Este gênero de mediunidade consiste, principalmente, no dom que possuem certas pessoas de curar pelo simples toque, pelo olhar, mesmo por um gesto, sem o concurso de qualquer medicação. Dir-se-á, sem dúvida, que isso mais não é do que magnetismo.

Evidentemente, o fluido magnético desempenha aí importante papel. Porém, quem examina cuidadosamente o fenômeno sem dificuldade reconhece que há mais alguma coisa. A magnetização ordinária é um verdadeiro tratamento seguido, regular e metódico. No caso que apreciamos, as coisas se passam de modo inteiramente diverso.

Todos os magnetizadores são mais ou menos aptos a curar, desde que saibam conduzir-se convenientemente, ao passo que nos médiuns curadores a faculdade é espontânea e alguns até a possuem sem jamais terem ouvido falar de magnetismo. A intervenção de uma potência oculta, que é o que constitui a mediunidade, se faz manifesta, em certas circunstâncias, sobretudo se considerarmos que a maioria das pessoas que podem, com razão, ser qualificadas de médiuns curadores recorre à prece, que é uma verdadeira evocação.

Médiuns pneumatógrafos
Essa designação corresponde aos médiuns que têm aptidão para obter a escrita direta, o que não é dado a todos os médiuns escreventes. Essa faculdade é por enquanto muito rara. Provavelmente se desenvolve por exercício. Mas sua utilidade se limita à comprovação evidente da intervenção de uma potência oculta nas manifestações. Só a experiência pode revelar se a gente a possui. Pode-se, pois, experimentar, como se pode interrogar um Espírito protetor através de outras formas de comunicações.

Segundo a maior ou menor potência do médium, obtém-se apenas traços, sinais letras, palavras, frases ou até mesmo páginas inteiras

Médiuns escreventes ou psicógrafos
De todos os meios de comunicação, a escrita manual é o mais simples, mais cômodo e, sobretudo, mais completo. Para ele devem tender todos os esforços, porquanto permite se estabeleçam, com os Espíritos, relações tão continuadas e regulares, como as que existem entre nós. Com tanto mais afinco deve ser empregado, quanto é por ele que os Espíritos revelam melhor sua natureza e o grau do seu aperfeiçoamento, ou da sua inferioridade. Pela facilidade que encontram em exprimir-se por esse meio, eles nos revelam seus mais íntimos pensamentos e nos facultam julgá-los e apreciar-lhes o valor. Para o médium, a faculdade de escrever é, além disso, a mais suscetível de desenvolver-se pelo exercício.

Médiuns Psicógrafos ou Escreventes: São os mais comuns. Transmitem as comunicações dos espíritos através da escrita. São subdivididos em mecânicos, semimecânicos e intuitivos.

Mecânicos: Não têm consciência do que escrevem e a influência do pensamento do médium na comunicação é quase nenhuma. Como há um grande domínio da entidade sobre a faculdade mediúnica a idéia do espírito comunicante se expressa com maior clareza. Há casos em que o médium psicografa mensagens complexas conversando com outras pessoas, totalmente distraído do que escreve.

Semimecânicos: A influência da entidade comunicante sobre as faculdades mediúnicas não é tão intensa, pois a comunicação sofre uma influência do pensamento do médium. Isso ocorre com a maioria dos médiuns psicógrafos.
Intuitivos: Recebem a idéia do espírito comunicante e a interpretam, desenvolvendo-a com os recursos de suas próprias possibilidades morais e intelectuais.

Fonte: http://www.consciesp.org.br/?pg=mediunidade_o_que_e
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Obras consultadas e sugeridas:

O Livro dos Médiuns, Allan Kardec, Federação Espírita Brasileira
O Livro dos Espíritos, Allan Kardec, Federação Espírita Brasileira
Mediunidade (Vida e Comunicação), J. Herculano Pires, Edicel.
Mediunidade, Tire suas Dúvidas, Luiz Gonzaga Pinheiro, EME Editora.
Mediunidade: Caminho Para Ser Feliz, Suely Caldas Schubert, editora Didier

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